01 fevereiro 2020

Eu nunca te amei


Nunca te escrevi nada. Na verdade teve aquele dia, há uns dois anos atrás, mas não significou tanto (nem isso aqui significa). Eu não te amo, eu nunca te amei. Eu gostei de você, isso sim. E foi um gostar bonito e intenso, do jeito que eu gosto.

Lembro daqueles dias que a gente se aproximou e continuou o que começamos no final da minha indecisão. Foi bom, sabe? Lembrar faz bem. Não é como aquela outra história que me dá náusea e vergonha, com você foi diferente. Foi leve, foi simples. Claro que eu não posso dizer que foi grande coisa mas foi recíproco, até deixar de ser.

O final foi bom também. Não teve drama nem chorôrô. Só segui e me desconectei. Até aquele momento me sentia presa, ligada por uma linha, algo que me prendia a você. Sempre tinha uma música, uma foto ou uma piada que te trazia de volta, mas agora não tem mais e não dói, pelo contrário, é um alívio! Claro que existe uma curiosidade, às vezes uma vontade, mas nada dramático e dolorido... é por isso que não entristeço, nem adoeço e te quero bem.

Te escrevo hoje porque nunca mais me permiti fluir e acho que meus bons sentimentos devem ser lembrados, você não acha? Eu não te amo, tá? Eu nunca te amei, mas te escrevo para lembrar e para te dizer, nas entrelinhas da vida, que eu nunca te escrevi nada (pomposo e cheio de clichês) mas foi bom viver o que vivemos, revisitar o que tivemos e, agora, (oficialmente) te escrever.

Carolina Santana
Recife, 31 de janeiro de 2020



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