01 novembro 2018

De mim para você e de mim para mim (e ainda algo sobre o setembro amarelo)


Você já se sentiu sufocado(a) por um milhão de coisas que você ainda não fez? Às vezes penso sobre onde eu queria estar e é assim que me sinto: sufocada. É difícil entender que cada pessoa tem um tempo diferente, uma história distinta e que não há mal nem bem em estar em determinado lugar do seu tempo. Queria inúmeras coisas para ontem, queria ser menos preocupada, menos ansiosa, mais positiva, queria levar essa leveza que sinto quando paro para escrever algo, para os momentos mais estressantes da minha vida.

É incrível que quando começo  a escrever é como se eu soubesse mais do que realmente sei... Estranho, né? Mas é bem por aí... O complicado é que na hora de viver (tudo o que eu teoricamente sei) o bicho pega!

Confiar que tudo vai dar certo quando a vida está, digamos assim, combinando com a atual conjuntura do nosso país - hahaha - é extremamente difícil, mas tenho aprendido que não é impossível. Sempre é viável pôr em prática o que tanto pregamos. Sempre é viável ser melhor, usar as ferramentas que temos pra tentar nos impulsionar para frente. Nós sempre temos o que fazer e sempre podemos dar o nosso melhor nisso. Não importa se estamos falando do seu trabalho super conceituado e importante ou de lavar os pratos do jantar, há sempre a oportunidade de fazermos o que for de modo excelente.

 Essa é uma das lições mais valiosas que aprendi nos últimos dias. Tenho tentado pôr em prática e já esbarro com a preguiça como principal inimiga dessa minha tarefa. "Porque dedicar um tempo a mais nisso se provavelmente ninguém vai notar?" Essa é uma "pergunta-álibi" da tentativa de nos fazer medianos. Pode ter certeza que vamos esbarrar com muitas pelo caminho mas o movimento que necessitamos fazer é: não desistir.

Às vezes antes de dormir eu escrevo uma lista do que preciso fazer no dia seguinte, nem sempre consigo realizar todas. Confesso que na maioria das vezes que isso acontecia eu sofria e me maltratava muito. Me culpava por procrastinar, por sempre dizer que vou ser mais produtiva e acabar (mais uma vez) não sendo. O interessante é que em muitas situações eu cumpria a maioria, mas por não ter sido todas era um dramalhão sem tamanho! Hoje ainda me cobro mas me pergunto: "o que aconteceu neste dia?" "Eu precisei sair de última hora?" "Eu estava me sentindo bem?" "Foi preguiça ou outra prioridade surgiu na frente dos meus afazeres?"

Nós não somos robôs, nossa vida é cheia de variáveis que precisamos levar em conta, e levar em conta não é se apoiar nelas fazendo-as de desculpas para estancar, mas considerá-las afim de que não coloquemos um peso maior nos ombros do que é justo e do que podemos carregar. Às vezes ficamos sufocados por caixas de entulhos que nós mesmos enchemos e largamos em cima das nossas cabeças. Escrevendo isso consigo - tão facilmente - visualizar quantas vezes fiz e faço isso comigo.

No "Setembro Amarelo" oferecemos ajuda para pessoas que passam por algum problema emocional e ao mesmo tempo nos largamos e negamos a nós mesmos apoio e carinho. Deixamos de olhar para as nossas reais necessidades afim de correr atrás de coisas vãs e passageiras, coisas que enchem nosso ego mas no fim do dia não satisfaz. Esse texto é um recado para você e um lembrete para mim de que a vida não é uma corrida para alcançar todos os nossos objetivos no nosso tempo determinado. É um lembrete que é mais importante fazer bem feito do que fazer mais, ainda que o bem feito não apareça e não agregue status algum. É um lembrete para que a gente não esqueça que a vida é breve demais para não tratar com amor o teu próximo mais próximo: você.


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