10 julho 2018


Existe um lugar que é abrigo para todos os sonhos do mundo. Um lugar onde o medo não chega,
onde as lágrimas são só de alegria e de emoção. É um lugar reconfortante, que aquece os mais
gélidos dos corações. Cheira a lavanda e a chá de camomila. Na verdade, para ser sincera, cheira
a paz.


Existe um lugar onde as sombras não existem, não há escuridão, nem mesmo a sombra metafórica,
a irônica dúvida, sobrevive. Lá somos inteiros, completos, brilhamos.


Neste lugar não somos nossos dias ruins, nem as impressões alheias, somos o sorriso
despretensioso que damos pela manhã. Somos o aroma que nos envolve quando saímos de casa
para a vida. Somos os atos de coragem que não contamos a ninguém, pois não haveria quem
entendesse. Somos os nossos olhares sinceros que não podem esconder nossos mais puros
sentimentos. Somos o alento que ofertamos, o amor que doamos, o bem que fazemos.
Somos essencialmente o que nascemos para ser.


Este lugar é tudo o que precisamos quando nada parece funcionar, quando tentamos e tentamos
e o buraco aparenta estar cada vez mais fundo. Quando nada mais tem cor, ou quando o mundo
soa apagado de mais, com sentido de menos, é aí que precisamos voltar. Sem malas, pois lá elas
não são necessárias. Sem grandes planos, pois os fins são ótimos empurrões para novos grandes
projetos. Sem expectativas pois surpreender-se é o que dá tom aos dias, sabor ao destino ordinario.


Infelizmente não posso passar o endereço. Para esse destino somente a paz é a bússola.
Somente os corações que usam óculos capazes de enxergar de verdade podem ver a estradinha
simples que nos leva a este lugar. Uns demoram dias para chegar, outros uma vida, pois não existe
receita de bolo para encontrar, como a maioria das coisas importantes da vida para alcançar
precisamos ser prudentes e ousados… nos lançar.

A recompensa de chegar é viver, ao invés de caminhar sobre a estrada oposta que é existir.
A recompensa é perder tudo o que é superficial para ganhar pequenas alegrias que alimentam
a alma. A recompensa é realizar cada minúsculo sonho que no meio do caminho mudam,
se adaptam, partem pra nunca mais… Ao fim sobram os certos, se concretizam os perfumados
com calmaria, os que se transformarão em refúgio, em abrigo para corações perdidos e aí, quando
os inconfomados buscam sentido, começa tudo outra vez...

Carolina Santana, 11 de julho de 2018


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