25 junho 2018

Vai passar



Às vezes a dor vem. Faceira, traiçoeira... Pega a gente, desmonta até o coração mais precavido. Desprevenido. Rouba esperança e uns sonhos, tira o foco das pequenas alegrias, enche o nosso ser de questionamentos.

Às vezes a dor vem e nos esmaga, nos destrói, nos amarga. Não é colorido viver, é frio ficar, é nublado ir, cada segundo pesa e é difícil demais suportar.

A dor quer nos fazer parar, e por um tempo até consegue, mas nada nessa vida dura para sempre. Nem os sorrisos, tão pouco os lamentos.

A dor não resiste a um coração insistente, ela se esforça para nos apagar mas sempre ficam lá no fundo da alma fagulhas minúsculas de fé na superação.

O céu, bondoso como é, nos envia uma brisa forte o bastante para reacender tudo por dentro, e o fogaréu começa a queimar. Queimar. Queimar. Queimar.

Porque não pode ser o fim, os sonhos começam a ressurgir, a vida volta a ter cor, sabor, já dá para escutar um novo som que só escuta quem reviveu. Esse som tem compasso de gratidão, ritmo de recomeço. Vem embalado em paz, em certeza de novos ciclos, ciência de que é fato que toda dor já nasce perdedora. Toda dor já nasce com prazo para vencer. Toda dor um dia acaba. Toda dor é por enquanto. Não é para sempre. Nada é para sempre. Vai passar!

"Assim como os céus são mais altos do que a terra, também os meus caminhos são mais altos do que os seus caminhos e os meus pensamentos mais altos do que os seus pensamentos." (Isaías 55:9)
Carolina Santana, 11 de Junho de 2018


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