Quanto tempo perdi por orgulho, por falta de palavras, por excesso de vazios e reticências... Quantas vezes perdi o abraço por timidez, o sorriso por medo, o momento por duvidar. Muitas vezes fugi, fingi e deixei o tempo passar. Não quis ser imperfeita, não quis ser vulnerável, preservei meus achismos por pura vaidade. Mas despertei.
Acordei e enxerguei as futilidades, os impropérios e a falta de perdão. Abri os olhos, a vida é única, muito preciosa, breve demais pra desperdiçar com muito racionalismo. Pensar é bom, mas viver contabilizando tudo é seguir no fluxo doente do mundo.
Fechei os olhos. Senti a brisa. Sorri do momento. Fui vulnerável e menos artificial, bem mais eu. Uma eu consciente que tudo passa. Uma eu disposta a viver de uma forma mais intensa, atenta que só sentir intensamente não basta, viver intensamente é preciso, é urgente.
Olhei pro alto. Vi que o sol já se despede. Já não está tão calor, por quê até o que incomoda se vai com o tempo, mas ainda assim ele continua com o poder de aquecer o peito daquele jeito bom.
Olhei pra mim. Me vi de perto, sem o brilho que me escondia, sem os refletores que exaltam as amenidades e retocam a alma. Me vi por dentro e enxerguei a calma, a paz que não me deixa mais perder por orgulho e que me devolve todas as palavras, preenchendo tudo que havia ficado em branco no passado.
Olhei pra frente. Descobri que ainda tenho o presente, o que passou já não pesa mais...
segui em frente!
Carolina Santana, Sobre os insights de viver de verdade, 04 de fevereiro de 2018
* Insight: clareza súbita na mente, no intelecto de um indivíduo; iluminação, estalo, luz.
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