19 setembro 2016

Por se deixar


"Ultimamente tenho andado por caminhos que não são meus. Faz parte do meu percurso mas não me encaixo, não caibo, não serve.

Eu, menina sensível que sou, choro. Inquieto e emburreço. Queria que fosse diferente, queria lidar melhor com as mudanças, ser meio metamorfósica e saber jogar malabares com tudo isso.
Mas não, não sei.

O coração se rompe em pensamentos, em estratégias pra tornar o caminho mais florido. Nessa busca descobri que espinho dificilmente se torna flor e que é necessário se virar nos trinta pra sorrir por aí.
E eu me viro, aqui sempre foi assim.

Meu coração se aquieta e agradece quando volto, quando sou acarinhada pelo abraço que me arranca suspiros. A paz me invade quando vejo os olhos atentos sobre mim, ouvidos e almas disponíveis pra toda a intensidade que paira por aqui, enfim, descansar.

Eu fecho os olhos, eu sorrio pro céu, eu digo a Deus que Ele sabe bem mais do que eu, e por isso sou feliz. Os pesares não roubam o fato de ser e pertencer a um lugar.

Não sou nômade, sou casa, busco um lar e enquanto ele não chega, resido no pedacinho do céu daqui: o amor de quem se deixa emocionar.

Te agradeço por se deixar!"

Carolina Santana, Por se deixar, 19 de setembro de 2016


Nenhum comentário:

Postar um comentário