"Ultimamente tenho andado por caminhos que não são meus. Faz parte do meu percurso mas não me encaixo, não caibo, não serve.
Eu, menina sensível que sou, choro. Inquieto e emburreço. Queria que fosse diferente, queria lidar melhor com as mudanças, ser meio metamorfósica e saber jogar malabares com tudo isso.
Mas não, não sei.
O coração se rompe em pensamentos, em estratégias pra tornar o caminho mais florido. Nessa busca descobri que espinho dificilmente se torna flor e que é necessário se virar nos trinta pra sorrir por aí.
E eu me viro, aqui sempre foi assim.
Meu coração se aquieta e agradece quando volto, quando sou acarinhada pelo abraço que me arranca suspiros. A paz me invade quando vejo os olhos atentos sobre mim, ouvidos e almas disponíveis pra toda a intensidade que paira por aqui, enfim, descansar.
Eu fecho os olhos, eu sorrio pro céu, eu digo a Deus que Ele sabe bem mais do que eu, e por isso sou feliz. Os pesares não roubam o fato de ser e pertencer a um lugar.
Não sou nômade, sou casa, busco um lar e enquanto ele não chega, resido no pedacinho do céu daqui: o amor de quem se deixa emocionar.
Te agradeço por se deixar!"
Carolina Santana, Por se deixar, 19 de setembro de 2016



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