11 novembro 2015

Aquele momento em que o coração fala e quer se mostrar.

"Como cortar pela raiz se já deu flor?" Segundo os slides que li, e as benditas regras da ABNT que tentei decorar, é assim que se escreve uma citação direta curta num texto acadêmico. Mas que relevância essa droga de NBR e essas regras patéticas de metodologia tem? Isso tudo só serve pra complicar ainda mais a vida de tantos estudantes que enfrentam a fase mais louca de suas vidas. Voltando pra citação: Quem foi que escreveu essa frase bonitinha, tão clichê nos facebooks alheios, que é tão verdadeira e real na minha vida? Consulto meu amigo Google e descubro que é uma música de Sandy. Aff, sério? Preciso ler o resto, calma. Comprovei que é mais uma música que eu me identifico mas não devia porque minha história é diferente de qualquer coisa que cheire a amor. Se eu tivesse me tocado disso antes teria evitado muitas lágrimas, dor e pesar, teria saído da fossa há tempos. Não quero que minha burrice seja assunto pra mais um texto, chega. Eu só me ponho pra trás e cansei. Eu não sou culpada de nada, nem de sentir tanto. Ainda que eu me encha de coragem pra mudar de vez, basta uma lembrança me visitar que eu saio correndo atrás de detalhes que só me machucam e me fazem chorar.
Há um tempinho atrás, coisa de dez minutos, eu estava vendo as fotos de um feriado bem legal. Eu tava um cado, um lixo, só o pó. Minha voz tremia, eu suava e congelava, queria sumir. As fotos contam outra história. Distribui sorrisos só pra não demonstrar que não sei superar a dor. Não sei mesmo. Não sei lidar, não sei amar e dar xauzinho como se nada tivesse acontecido. Gosto de sentir muito, mas na maioria do tempo tudo o que eu queria era ser mais uma personagem de série americana que esquece um affair (e arranja outro) a cada cinco episódios. Eu olho ao redor e noto que isso é muito comum, a estranha sou eu que cabulei as aulas de sobrevivência às tragédias do coração. Eu tento remar contrário. Tento retribuir o olhar, ou ser mais amorozinha nos chats da vida, mas não dá, não dá. Não sei me trair, não sei ignorar o que ainda está presente e é tão insuportável ao meu coração. Eu tô tão cansada! De tudo, até de mim. Às vezes me pergunto se vou viver pra sempre assim, perdida e inconsolável. Me pergunto se sempre vou ter cara de tapada e sorriso bobo de gente que se apaixonou e não consegue desvincular. Será que eu vou achar graça em mais alguém no mundo? Além das superficialidades, é claro. Sabemos que é muito fácil achar um carinha bonito e querer, sei lá, sair por aí conversando bobagens, mas se achar num sorriso, se identificar num olhar, numa frase, numa batida, é muito difícil. Pode ser que eu seja exigente demais, e queira magia em cada ato, em cada cena e refrão... não sei.
Lembrei agora que pensei que não suportaria as lembranças e hoje vejo que suportei e suporto, mas elas me torturam tanto... Me rasgam e sufocam a cada livro, filme, passeio, fechar de olhos, abrir de janela, amanhecer e entardecer. Nesses dias mesmo, eu tava bem pra baixos e sabia que só um abraço naquele momento poderia me fazer melhorar. Fiquei pensando em amigos, familiares, pessoas próximas e nem tão próximas assim, mas não deu. De repente as opções acabaram e eu lembrei daquele abraço que me fez acreditar que sonhos bobinhos podem se tornar realidade (apesar da presença de um amor unilateral). Eu quis aquele abraço, eu precisei daquele abraço. Eu desejei aquele abraço. Eu chorei a falta daquele abraço. Chorei. Mais uma vez. É tudo que eu sei fazer. O abraço está distante, e a cada dia meu coração sabe que ele se distancia e distancia e o que mais dói é que eu não posso fazer nada, pois ele teve a sorte de achar tudo o que eu sempre quis e, é claro, não vai deixar passar. Muitas vezes fecho meus olhos e fico pensando como ele tem tudo o que eu sempre quis. Que sorte! Magoa os corações e sai intacto, vitorioso. Merece palmas, a vida te escolheu pro sucesso. Aproveita porque do lado de cá é tão difícil sobreviver, sabia? Hoje mesmo, eu senti um medo absurdo, que me sufocava, que me desacreditava. Eu dei um jeito, como sempre, e sai de lá me sentindo uma perdedora, uma fraca. Pensei em tudo e foi pior. A parte boa foi fechar os olhos e sentir a brisa bagunçando meus cabelos, foi mais legal ainda o fato de eu nem me importar. Foi o ponto alto da minha manhã.
Eu vou mudar de rota, por mais que pra mim eu esteja tão distante, não vou deixar de acreditar que um dia eu deixo o que convém no passado e consiga viver bem com o que tenho. Quero muito descobrir num futuro próximo que não faço ideia do que é o amor, que eu receba esse presente por anos de tanta dor. Que eu escreva pras pessoas certas e pelos motivos alegres. Que depois desse descaso eu pare de maquiar meus sentimentos pra não constranger ninguém. Que eu consiga realizar e ir adiante. Caro leitor, se é que o tenho, me deseja sorte? Me deseja força e coragem, atitude e amor próprio? É o que eu preciso. Me desculpa por esse texto sem noção, precisava desabafar.

SANTANA, Carolina. 11 out, 2015.

P.S.: Assinatura em homenagem a prova de metodologia que fiz hoje e que acho que fui bem.



Nenhum comentário:

Postar um comentário