Tudo
mudou. Era ao som de “Todo Cambió” que eu acabei pensando em escrever mais uma
vez. Mais uma vez. Eu era uma menina perdida quando com um olhar tudo mudou. Eu não imaginaria sentir
tudo o que eu senti desde aquele fevereiro estranho, aquele fevereiro que eu
esqueci meu amor “conto de fadas” por aquele tão real. Eu não imaginava que
três anos depois eu estaria aqui escrevendo isso e sentindo todo esse emaranhado
de coisas inomináveis. Se alguém pelo menos pudesse compreender que o que eu
sinto é enorme. Se alguém me entendesse e pudesse mensurar só pra eu ter uma
forma digna de explicar, de mostrar... É tão forte que eu sinto em cada parte
do meu corpo, sinto em cada sonho, em cada devaneio que vez ou outra eu tenho.
É tão complicado, tão triste. Eu sinto vontade de sumir sozinha e não raro de
leva-lo junto. Talvez eu nem saiba o que é o amor, talvez eu seja mais uma jovenzinha
que acha que tem dentro de si o maior sentimento do mundo. Talvez eu ame mesmo
e não saiba o que fazer com isso e sofra assim de graça, só pra dizer que eu
tenho uma história melancólica pra contar. Eu não queria saber escrever isso
tudo, eu não queria soar tão triste, dramática, sem noção, sarcástica... Eu só
queria uma vida simples do lado dele, só queria puder sorrir e passar
discretamente pelas pessoas. Eu queria não precisar fingir que eu sou feliz.
Queria não precisar falar a verdade nos detalhes e sim escancará-la para que
todos enxergassem claramente. Eu queria ser eu, mas não posso porque esse amor
me deixou num beco sem saída onde tudo o que eu posso fazer é esperar ele
passar, mas como disse Tati Bernardi: “Não passa nunca, mas quase passa todo
dia.” Ainda, que no meu caso, a frase faria mais sentido ao contrário. O que eu
preciso é viver algo de verdade, algo além de um sonho, algo que ninguém possa
interferir, ou mudar. Eu preciso ser mais sincera comigo e com os meus
sentimentos e falar, pois meu mal foi guardar tanta coisa pra mim, meu mal foi
ter dito sim naquele pôr do sol de fevereiro, naquele amanhecer de janeiro,
naquele novembro nublado, naquele julho confuso, em todos esses aproximadamente
1050 dias que eu o amei. Preciso mudar, para que tudo mude. Dessa vez pra
melhor, dessa vez em meu favor. Aí sim, vou puder cantar “Todo Cambió” sem que
as lágrimas rolem desenfreadamente pelo meu rosto. Vou puder cantar com um
sentido sincero, e dessa vez certo.
Carolina Santana, 21 de junho de 2013
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