Eu abro o Word e passo um século pra escrever uma palavra.
Já te escrevi tanta coisa, que acho que a caixinha de inspiração secou. Já
falei do teu sorriso, do teu olhar, do teu jeito de andar... Lembro que um dos
primeiros textos eu citava o teu dedão do pé, tosco né? Eu já exaltei tuas
qualidades, conheci os teus defeitos, te xinguei, elogiei, amei, amei e amei.
Hoje eu ouvi 3 músicas que sempre me lembravam você, eu não senti grandes
coisas, na verdade, senti apenas saudades de como as coisas costumavam ser,
senti falta também da minha esperança inabalável, da minha certeza
imperfurável. Senti falta de você. Pra quê mentir? Senti falta do teu carinho,
do teu silêncio... Teu silêncio que antecede as despedidas. Teu silêncio que me quebrava o coração. Teu
silêncio que anunciava que você estava com sono. Detalhes são tudo. Quem diria
que eu, o alguém que nunca conseguiu ser nada seu, conhecia todos os mínimos
detalhes que te formavam. Hoje eu sei de pouca coisa, às vezes teus amigos
deixam escapar, outras vezes eu pego no ar alguma coisa... Quando eu penso em
você é como se uma voz ecoasse na minha mente, uma voz que diz: “Nada será como
antes.” Isso me dói... É como se uma faca perfurasse meu estômago, como se
quisessem arrancar meu coração na marra. Mas a maior dor ainda não é essa, a dor
que me quebra na emenda é quando meu dou conta que pra você tanto faz, quando
me dou conta que eu sou só mais uma coisa na sua vida cheia de coisas. Um
passatempo, talvez. Ou a senhorita dos favores, a menina que com certeza te
ajudará quando você não puder fazer alguma coisa, mas com isso eu já me
acostumei.
Pra quem não tinha o que escrever, até me sai bem. Talvez eu
tenha sido feita pra isso mesmo, pra falar sobre você, te descrever, te
desenhar, desenrolar, expor a dor, viver você. Quem dera que a cada texto eu te
amasse menos, mas parece que é o contrário... Vou tentar enganar minha mente e impor
isso: “A cada texto o amarás menos!” Será que vai funcionar? Deixa eu ver... É,
parece que não, nada se fez, nada se faz e no final acabo sempre me dando conta
que te amo mais.
Carolina Santana, 05 de abril de 2012



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