06 fevereiro 2013

Canto sabendo que vou sobreviver: dor e esperança.



"Porque na vida as coisas são assim? Pergunto-me inconstantemente. Quando você se acostuma com as coisas elas se acabam, se vão, somem, desabam, desfalecem... Todo canto que eu ando, nos textos que eu leio, nos filmes e novelas que assisto, é sempre a mesma história, a sina parece não mudar... Até eu já vivi isso, já carrego esse pesar como uma das desilusões da minha vida. O que nos faz bem deveria ficar pra sempre, devia ser indestrutível, inabalável!  Lembro como se fosse ontem como aquele sorriso, aquele olhar, aqueles gestos de carinho me faziam bem, como eu era plena ainda que houvesse dúvidas, eu tinha uma certeza que aquilo estaria ali pra mim e pra sempre, mas a vida me mostrou da pior forma possível que não. Tudo aquilo que um dia juguei meu estava escapando pelas frechas dos meus dedos. E como se não bastasse as coisas só pioraram, pra mim é claro. Perdi meu amor, minha alegria, minha paz, meus planos, meus sonhos, enfim, perdi aquilo tudo que pra mim era tão importante. Só eu sei o peso que isso tem sobre mim, só eu sei a dor que é carregar aquele sorriso falso que eu esbanjo todo dia, só eu sei o quão difícil é tentar enxergar esperança no meio da cinza que exala em tudo, no meio dessa ruína que se transformou toda a história construída em sonhos, iludida por pessoas que enxergaram amor onde tinha algo que até hoje eu não sei definir. Escrevendo isso eu penso em um ano atrás. Como as coisas mudaram, como eu mudei. Amadureci muito! Mas pra isso acontecer chorei lágrimas que encheriam uma piscina, meu coração doeu tanto que eu nem sei mensurar, tive que passar noites em claro, dias sem motivação, sem sentido, sem razão. Tive que me acostumar a uma realidade diferente da qual eu planejei. Fora tudo isso, ainda houve os problemas sobressalentes: as brigas idiotas, as aulas perdidas e consequentemente as notas péssimas, as amizades que me deixaram de lado, enfim, um caos. Nesse emaranhado de dor, problemas, situações conflituosas, descaso, amargura, sobrou uma esperança, única, inapagável e fundamental. É a força que me faz avançar, que me faz crer que tempos ruins existem sim, mas logo vem bonança, logo vem o escape, o alívio, logo o dia chega e vou me tocar que o choro durou só uma noite. Deus... Meu amigo, o único! Apesar desse texto ter relatado tantos sentimentos ruins, tanto pesar, ele também carregará a minha gratidão por existires, Pai, por fazer as coisas do teu jeito, assim meio incompreensível a minha mente tão limitada, mas que depois entenderei. Eu não sei por que na vida as coisas são assim, mas tu sabes, em ti eu confio mesmo tendo uma estrada tão sofrida, mesmo com o peito doído, mesmo tendo caminhado o que pude e vendo que pra mim não existe caminho viável sei que mais do que nunca essa é a hora de me levares no colo, chegou a hora de eu ser pássaro, de voar, de viver, de cantar na certeza que vou sobreviver. Chegou a hora, mais do que nunca, de confiar mesmo sem entender. "

Carolina Santana, 29 de setembro de 2012 04:29 am


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