Já é madrugada. Eu amo as madrugadas, apesar de serem solitárias e tristes. As madrugadas são poéticas para mim. Meus melhores textos fiz no seu decorrer. A madrugada é fria, sozinha, silenciosa, descabelada, despretensiosa... Se a madrugada falasse ela ecoaria verdades, porque geralmente as pessoas fingem muito. Fingem ser fortes, simpáticas, imperfuráveis, mas é nessa hora da noite que elas são o que realmente são. Nossa essência grita na madrugada. É nela que aparecem nossos medos, nossas angústias, nossas fraquezas, verdadeiras alegrias, nossa realidade. Na madrugada não tem maquiagem, base, corretivo, pó, tudo é cru. A menina que vive de chapinha, põe aquela touca horrorosa, a rainha do salto fica descalça, quem veste roupa de marca coloca um blusão velho. Aquela pessoa que distribui sorrisos 24 horas por dia, chora. A madrugada carrega pesos, fardos inimagináveis. Se eu pudesse ter uma maneira de conhecer as pessoas realmente, eu escolheria ver uma madrugada em claro dela. Madrugadas em claro nos definem, nos decifra. A gente não precisa se preocupar com o que está a nossa volta. Na madrugada é só você e você mesmo. Você e a sua verdade.
Carolina Santana, 11/nov/2012
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